O governo da Ucrânia proibiu todas as companhias aéreas russas de voarem para o país, anunciou nesta sexta-feira seu primeiro-ministro, Arseni Yatseniuk.

As companhias russas poderão sobrevoar o território ucraniano quando estiverem a caminho de outros países, salvo quando transportarem "cargas de uso militar, de duplo uso (civil e militar) ou tropas russas", disse Yatseniuk durante uma reunião de seu gabinete de ministros, segundo a imprensa local.

O Executivo ucraniano também proibiu com efeito imediato o uso de programas de informática russos, entre eles os fabricados pelo laboratório Kaspersky, nas instituições públicas do Estado.

Yatseniuk ordenou ao Serviço Estatal de Comunicações "a desinstalação imediata de todas as atualizações do software russo, da mesma forma que sua compra e uso nos órgãos do poder estatal", segundo um comunicado do governo.

Por outro lado, o primeiro-ministro ordenou às administrações e instituições "proibir o acesso a concursos públicos a todas as empresas" incluídas na lista de sancionados por Kiev, "para que não tenham acesso aos recursos orçamentários do país".

Mais de 400 pessoas e 90 empresas de vários países estão incluídas na lista ucraniana de sancionados por seu envolvimento ou apoio à anexação da Crimeia e à sublevação pró-russa no leste da Ucrânia.

As sanções também contemplam o congelamento de ativos, a restrição de operações comerciais, o fechamento parcial ou total do espaço aéreo, a denúncia de acordos comerciais, a cessação de intercâmbios culturais, a anulação de visitas oficiais e, inclusive, a proibição de partidos políticos.

Também incluem a possibilidade de proibir o trânsito dos hidrocarbonetos que Moscou exporta para a Europa.

Segundo os especialistas, as sanções poderiam afetar em grande medida os enormes investimentos russos nos setores ucranianos de bancos, energia, serviços e telecomunicações.

Fonte: Exame.com